quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Atividades Desenvolvidas:
leitura do texto atribuido a Luis Fernando Veríssimo

Era grande a revolta na geladeira. Todos protestavam contra o peixe, que já estava pra lá de escabeche e obviamente ultrapassara todos os graus de tolerância dos seus convivas dentro daquele espaço apertado. Não era culpa do peixe, claro. ele simplesmente ficara ali mais tempo que o devido. Mas precisava compreender que não dava mais . Não dava. O leite, desnaturado, era dos mais exaltados. - Fora! Gritava espumando de raiva. O pimentão também se agitava. - Fora! Gritava vermelho. Os embutidos, ensimesmados, não diziam nada, mas o presunto, não tinha qualquer sofisticação, era um cru, murmurava palavrões. Aquele peixe tinha que sair! As bebidas tilintavam nervosas, e a garrafa de água mineral, sempre mal-humorada, com certeza problema de gases, gritava: - Fora! Fora! O queijo não tinha moral para falar do mau cheiro de ninguém, mas o peixe já passara dos limites do socialmente aceitável. E o queijo também dizia: - Fora! Até o gelo, abandonando a sua conhecida atitude cool, se manifestava: - Fora! Nem todos, é verdade, eram tão radicais.
A carne, do tipo mignon, pedia consideração para o pobre senhor peixe. A galinha dizia que tinha pena dele. As abobrinhas, entretidas numa conversa interminável, não prestavam atenção em mais nada, mas a manteiga e os ovos, que apesar do seu exterior aparentemente duro eram moles por dentro, achavam que o melhor era argumentar com o peixe e convencê-lo a sair, numa boa. A verdade é que todos com exceção, dos que como a cebola, estavam comprometidos com o prato do peixe, queriam a sua saída.
Foi quando o peixe resolveu falar: - Quero ficar mais tempo, disse. Ouviram-se gemidos vindo dos outros ocupantes da geladeira. Os aspargos sacudiram a cabeça. "Madonna exclamou a linguiça calabresa. Será que o peixe não compreendia que estava contaminando todo o ambiente? Como se não bastasse aquele inferno de viverem todos amontoados, no escuro, justamente quando a porta se fechava, a luz apagava! Ainda tinha que aguentar um peixe estragado em seu meio?
Mas o peixe insistia. - Quero ficar - disse, para ter tempo de me recuperar. Os outros se entreolharam. Mas como? Não havia, em toda a história das geladeiras, um único precedente para aquilo. Um prato de peixe deteriorado, se recuperar com o tempo?
- Que absurdo! disse o iogurte, azedo. E os outros começaram a gritar, já no fim da sua paciência. - Chega! - Nós queremos um peixe fresco! - Fora! Enquanto isso segregadas dentro de um pote as azeitonas observavam tudo com seus olhinhos pretos.

Luís Fernando Veríssimo Revista Veja. São Paulo. Editora abril

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Tapera inicia o GESTAR II

Primeiro Encontro:
Foi na Escola Municipal de Ensino Fundamental Presidnte Costa e Silva, trabalhamos com todos os colegas professores da rede municipal. Nesta ocasião estiveram trabalhando conosco a Secretária Sueli Linné e a Coordenadora Pedagógica Solange Goetens.
Estudamos Piaget, Vygotsky e Wallon, trabalho coordenado pela secretaria de educação, com o apoio das formadoras Paôla Köhler e Janilce Durigon, após apresentamos o GESTAR II e iniciamos os trabalhos com dois grupos diferentes o de Português e o de Matemática.